O câncer de mama é a neoplasia mais comum entre as mulheres no mundo e, tradicionalmente, está associado a idades mais avançadas. No entanto, nos últimos anos, tem chamado a atenção o aumento do número de diagnósticos de câncer de mama em mulheres jovens, geralmente abaixo dos 40 anos.
Por isso, é muito importante que a sociedade olhe com atenção a essa situação, principalmente porque há maiores desafios na prevenção e no diagnóstico precoce de mulheres dessa faixa etária.
Neste artigo, falaremos sobre o impacto desse fenômeno, os fatores de risco, os sintomas mais comuns, a importância da detecção precoce e os caminhos para o enfrentamento da doença. Para saber mais, continue a leitura!
Casos atuais de câncer de mama em mulheres jovens
Embora a maior parte dos casos ocorra em mulheres acima dos 50 anos, cerca de 7% a 10% dos diagnósticos são feitos em mulheres com menos de 40 anos. Mesmo que pareça uma porcentagem pequena, ela representa um número importante de pacientes, considerando a alta incidência do câncer de mama no Brasil e no mundo.
Vale destacar que o câncer de mama em mulheres jovens costuma ser mais agressivo e apresentar crescimento acelerado. Ou seja: que torna o diagnóstico precoce ainda mais essencial.
Além disso, muitas vezes os sintomas podem ser subestimados, tanto pelas pacientes quanto pelos profissionais de saúde, justamente por não se esperar a doença em idades tão baixas.
Quais são os fatores de risco?
Os fatores de risco para o câncer de mama em mulheres jovens podem ser semelhantes aos das mulheres mais velhas. Um dos mais conhecidos é o histórico familiar, principalmente em casos de mulheres com parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha) que tiveram câncer de mama ou ovário.
Outro fator que pode aumentar as chances do surgimento da doença é as alterações nos genes BRCA1 e BRCA2. As chances de desenvolvimento precoce da doença aumentam em pessoas mais jovens.
A menstruação precoce e o uso prolongado de anticoncepcionais hormonais podem influenciar, além do estilo de vida mais sedentário, a obesidade, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
Sintomas de câncer de mama em mulheres jovens
Um dos maiores desafios no câncer de mama em mulheres jovens é a dificuldade em diferenciar alterações benignas de sinais preocupantes. Afinal, a mama jovem tende a ser mais densa, o que pode dificultar a detecção de nódulos tanto no autoexame quanto em exames de imagem convencionais.
Dentre os principais sintomas estão:
- Nódulo ou caroço palpável na mama ou axila;
- Alterações na pele da mama, como vermelhidão, retração ou aspecto de “casca de laranja”;
- Alterações no mamilo, como inversão súbita ou secreção anormal;
- Dor persistente em região específica da mama.
Qualquer alteração perceptível deve ser investigada com avaliação médica.
Exames para o diagnóstico do câncer de mama
O rastreamento populacional com mamografia é recomendado, em geral, a partir dos 40 anos, o que deixa muitas mulheres jovens fora das campanhas de detecção precoce.
A ultrassonografia mamária é muito utilizada para avaliar alterações em mamas densas. Já a ressonância magnética é indicada em casos de alto risco genético ou achados duvidosos.
Além disso, há a mamografia, que apesar da menor sensibilidade em mulheres jovens, pode ser usada como complemento.
É importante ressaltar que o acompanhamento individualizado, especialmente para mulheres com histórico familiar ou mutações genéticas, é fundamental. Entretanto, recomenda-se iniciar a vigilância mais cedo, geralmente dez anos antes da idade do diagnóstico do parente afetado.
Impactos físicos e emocionais para as pacientes
Receber um diagnóstico de câncer de mama em mulheres jovens carrega um peso emocional adicional. Ademais, muitas vezes, essas pacientes estão em fases importantes da vida, como construção da carreira, planejamento familiar e maternidade. O tratamento pode impactar diretamente a fertilidade, a autoestima e a vida social.
Um ponto importante é que o enfrentamento da doença conta com outros desafios, como a preservação da fertilidade, como técnicas como congelamento de óvulos, por exemplo.
A autoestima e questões estéticas também precisam de atenção. Além disso, o tratamento faz com que haja queda de cabelo, além da mastectomia, que pode gerar um grande impacto emocional.
Por fim, temos a saúde mental, já que o surgimento da doença pode gerar ansiedade, depressão e medo da recorrência, que são comuns e precisam de acompanhamento psicológico.
Tratamentos disponíveis para o câncer de mama em mulheres jovens
O tratamento do câncer de mama varia conforme o estágio da doença, o subtipo tumoral e as condições da paciente. Para mulheres jovens, geralmente envolve abordagens combinadas, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
A cirurgia pode preservar parte da mama quando os médicos retiram apenas o tumor ou pode ser mais radical, como na mastectomia, que remove toda a mama. Além disso, os especialistas indicam a quimioterapia nos casos em que os tumores se mostram mais agressivos ou já estão em estágio avançado.
Por fim, a radioterapia é geralmente aplicada após cirurgia conservadora. O grande diferencial é que, em mulheres jovens, os tumores tendem a ter características mais agressivas, exigindo tratamentos mais intensivos.
Conscientização sobre câncer de mama
As campanhas como o Outubro Rosa são muito importantes para alertar sobre o câncer de mama, mas é preciso reforçar que a atenção não deve se restringir às mulheres acima dos 40 anos.
É preciso lembrar que o câncer de mama em mulheres jovens é real e pode ser silencioso.
Por essa razão, precisamos estimular a percepção corporal, incentivar consultas regulares e quebrar tabus em torno da doença, pois essas ações salvam vidas. Além disso, quando os profissionais de saúde e as próprias mulheres detectam a doença mais cedo, aumentam significativamente as chances de cura e reduzem os impactos do tratamento.
Considerações finais
O câncer de mama em mulheres jovens representa um alerta crescente e exige que os profissionais de saúde mantenham atenção redobrada. Apesar da menor incidência nesse grupo, os desafios aumentam, pois os tumores costumam ser mais agressivos e avançam rapidamente quando não diagnosticados a tempo.
Conscientizar, realizar acompanhamento médico regular e buscar avaliação imediata diante de qualquer alteração nas mamas são atitudes fundamentais. Por isso, profissionais de saúde e sociedade precisam informar, acolher e apoiar essas mulheres como parte essencial da luta contra o câncer de mama.
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