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Entenda por que 80% dos casos fatais de AVC poderiam ser prevenidos

Hoje, no Dia Mundial de Conscientização sobre o AVC, destacamos a urgência de agir contra o Acidente Vascular Cerebral, uma condição que afeta mais de 12 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, segundo dados da World Stroke Organization.

No Brasil, apesar de pouco divulgado, o AVC é uma das principais causas de morte e de incapacidade prolongada, evidenciando a magnitude desse problema de saúde pública.

Como o rastreamento e a prevenção ainda enfrentam barreiras em muitas regiões, especialmente nas áreas mais remotas, é fundamental ampliar o acesso ao diagnóstico e à educação.

Neste dia, reforçamos que o AVC pode ser prevenido em grande parte dos casos por meio de controle de fatores de risco, exames regulares e atenção aos sinais iniciais.

O que é o AVC e como ele afeta o cérebro

Definição médica e diferença entre AVC isquêmico e hemorrágico

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) ocorre quando o fluxo de sangue para o cérebro é interrompido, impedindo que o tecido cerebral receba oxigênio e nutrientes essenciais.

Em poucos minutos, as células começam a morrer, o que pode causar sequelas graves ou até levar à morte.

Existem dois tipos principais: o AVC isquêmico, responsável por cerca de 85% dos casos, e o AVC hemorrágico, que representa os 15% restantes.

O isquêmico acontece quando um coágulo bloqueia uma artéria cerebral, enquanto o hemorrágico ocorre devido à ruptura de um vaso sanguíneo, provocando sangramento dentro ou ao redor do cérebro.

Ambos exigem atendimento médico imediato, pois cada minuto perdido aumenta o risco de sequelas irreversíveis.

Como o AVC interrompe o fluxo sanguíneo cerebral e causa sequelas?

Quando o fluxo sanguíneo é interrompido, as células cerebrais privadas de oxigênio entram em colapso rapidamente.

Dependendo da região afetada, o paciente pode perder a capacidade de falar, se movimentar ou até compreender comandos simples.

Por exemplo, se o AVC atingir o lado esquerdo do cérebro, há maior probabilidade de comprometimento da fala e da coordenação motora do lado direito do corpo.

Além disso, o inchaço cerebral e a inflamação pós-evento podem agravar os danos neurológicos, exigindo acompanhamento intensivo.

Dados alarmantes sobre o AVC no Brasil e no mundo

O AVC é a segunda principal causa de morte no mundo e a primeira no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estima-se que a cada seis minutos um brasileiro morra vítima da doença, e que 80% dos casos poderiam ser evitados com prevenção e diagnóstico precoce.

Globalmente, mais de 13 milhões de pessoas sofrem um AVC por ano, e quase 5,5 milhões morrem em decorrência dele.

Esses números reforçam a urgência de campanhas de conscientização e de acesso a exames preventivos, como o ultrassom Doppler de carótidas, que identifica obstruções antes que um evento grave ocorra.

Por que o AVC é tão perigoso?

O impacto do tempo: cada minuto conta

No AVC, o tempo é o principal inimigo.

A cada minuto sem tratamento, cerca de 2 milhões de neurônios morrem, e o cérebro perde funções essenciais que podem nunca ser recuperadas.

Esse fenômeno explica o conceito médico de que “tempo é cérebro”.

Por isso, reconhecer os sintomas e buscar socorro imediato faz toda a diferença entre uma recuperação completa e sequelas graves.

O atendimento dentro das primeiras 4h30 após o início dos sintomas é considerado a “janela de ouro” para evitar danos irreversíveis.

Nesse período, os médicos podem utilizar medicamentos trombolíticos para dissolver coágulos e restaurar o fluxo sanguíneo cerebral.

Complicações mais comuns e sequelas permanentes

As complicações do AVC variam conforme a área do cérebro afetada e a rapidez do tratamento.

Muitas pessoas enfrentam dificuldade para falar, andar, engolir ou compreender palavras. Outras perdem parte da visão ou sofrem alterações cognitivas e emocionais profundas.

Além disso, o AVC aumenta o risco de pneumonia, infecções urinárias e tromboses.

A reabilitação pode durar meses e, em alguns casos, exige acompanhamento contínuo com fisioterapeutas, fonoaudiólogos e neurologistas.

Mesmo com tratamento adequado, o AVC deixa sequelas permanentes em cerca de 70% dos sobreviventes, o que afeta não apenas o paciente, mas também sua família e rotina social.

A taxa de mortalidade e incapacidade entre sobreviventes

O AVC é hoje uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que ele mata um brasileiro a cada seis minutos, e aproximadamente 30% dos pacientes não sobrevivem ao primeiro episódio.

Entre os que sobrevivem, quase metade perde a independência funcional, tornando-se dependente para tarefas básicas.

Esses números mostram que o AVC não é apenas uma emergência médica, mas um grave problema de saúde pública.

A boa notícia é que 80% dos casos poderiam ser prevenidos com controle de fatores de risco e exames de rastreamento vascular, como o ultrassom Doppler de carótidas e vertebrais, capaz de identificar obstruções antes que o evento ocorra.

Quais são as principais causas e fatores de risco do AVC

Hipertensão, diabetes e colesterol alto: o trio silencioso

A hipertensão arterial é o principal fator de risco para o AVC, responsável por até 50% dos casos. A pressão alta danifica os vasos sanguíneos, tornando-os mais propensos a romper ou obstruir.

Já o diabetes acelera o envelhecimento das artérias e aumenta a viscosidade do sangue, favorecendo a formação de coágulos.

O colesterol elevado, por sua vez, contribui para o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias, processo conhecido como aterosclerose, que reduz o fluxo de sangue para o cérebro.

Como esses três fatores atuam de forma silenciosa, o controle médico periódico é essencial para reduzir o risco de um AVC.

Sedentarismo, tabagismo e alimentação desequilibrada

O estilo de vida moderno também pesa na balança.

A falta de atividade física, aliada a uma dieta rica em gorduras saturadas e ultraprocessados, compromete a saúde cardiovascular e cerebral.

Além disso, o tabagismo aumenta em até duas vezes o risco de AVC, pois provoca inflamações e lesões diretas nos vasos sanguíneos.

O álcool em excesso também potencializa esse risco. Assim, adotar uma rotina com exercícios regulares, alimentação balanceada e abandono do cigarro é uma das formas mais eficazes de prevenção.

Histórico familiar e envelhecimento

Ter histórico familiar de AVC eleva significativamente as chances de desenvolver a doença, especialmente quando associado a hipertensão ou diabetes.

O envelhecimento também é um fator importante: após os 55 anos, o risco de sofrer um AVC dobra a cada década.

Por isso, o acompanhamento médico torna-se indispensável com o passar do tempo.

O papel das doenças cardíacas e da aterosclerose

Doenças como fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e valvopatias podem gerar coágulos que viajam até o cérebro, causando um AVC isquêmico.

A aterosclerose, por sua vez, reduz o calibre das artérias e impede o fluxo sanguíneo adequado.

Detectar essas alterações precocemente por meio de exames como o ultrassom Doppler de carótidas e vertebrais é fundamental para evitar um evento vascular grave.

Sintomas do AVC que exigem ação imediata

Como identificar um AVC — método SAMU/FAST

Reconhecer rapidamente os sinais de um AVC pode salvar uma vida.

O método SAMU (ou FAST, em inglês) é uma ferramenta simples que ajuda qualquer pessoa a identificar os sintomas principais:

S Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Se um lado do rosto ficar caído, é sinal de alerta.

A Abraço: peça para levantar os dois braços. Se um deles cair, pode haver perda de força.

M Música (ou fala): observe se há dificuldade para falar ou se a fala está arrastada.

U Urgência: se algum desses sinais estiver presente, acione imediatamente o SAMU (192).

Agir rápido aumenta as chances de recuperação e reduz o risco de sequelas graves.

Alterações na fala, perda de força e assimetria facial

Os sintomas do AVC costumam surgir de forma súbita. A pessoa pode sentir formigamento, fraqueza ou dormência em um lado do corpo, especialmente no rosto, braço ou perna.

Alterações na fala, dificuldade para entender frases simples e assimetria facial são sinais clássicos de que o cérebro não está recebendo oxigênio suficiente.

Além disso, o paciente pode apresentar:

  • visão turva,
  • tontura,
  • desequilíbrio,
  • dor de cabeça intensa, que não melhora com analgésicos comuns.

Esses sintomas não devem ser ignorados, mesmo que desapareçam em minutos, pois podem indicar um acidente isquêmico transitório (AIT), considerado um aviso de que um AVC maior pode ocorrer.

Quando procurar ajuda e o que fazer enquanto aguarda atendimento

Diante de qualquer suspeita de AVC, o primeiro passo é ligar imediatamente para o SAMU (192). Não tente medicar ou mover o paciente por conta própria.

Enquanto aguarda socorro, mantenha a pessoa deitada com a cabeça levemente elevada e observe a respiração.

Evite oferecer alimentos ou líquidos, pois o reflexo de deglutição pode estar comprometido.

O tempo é crucial: cada minuto sem tratamento aumenta o dano cerebral, e a janela terapêutica ideal é de até 4h30 após o início dos sintomas.

A resposta rápida pode ser a diferença entre a vida e a incapacidade permanente.

O papel dos exames de imagem no diagnóstico e prevenção do AVC

Importância da ultrassonografia com Doppler de carótidas e vertebrais

A ultrassonografia com Doppler de carótidas e vertebrais é um dos exames mais importantes na prevenção e diagnóstico precoce do AVC.

Ela avalia, em tempo real, o fluxo sanguíneo nas artérias que levam sangue ao cérebro, especialmente as carótidas, localizadas no pescoço.

Por meio desse exame, os médicos conseguem detectar alterações no calibre dos vasos, espessamento das paredes arteriais e presença de placas de gordura (ateromas).

Como é um exame não invasivo, indolor e sem radiação, o Doppler pode ser repetido periodicamente, permitindo um acompanhamento seguro e eficaz de pacientes com fatores de risco vascular, como hipertensão, diabetes ou colesterol alto.

Como o Doppler detecta placas e estreitamentos antes do AVC ocorrer

O ultrassom Doppler funciona emitindo ondas sonoras que refletem o movimento do sangue nas artérias.

Ao analisar a velocidade e o padrão desse fluxo, o equipamento identifica áreas de turbulência, que indicam estreitamentos (estenoses) ou formação de placas.

Essas placas, quando não tratadas, podem se romper e liberar fragmentos que viajam até o cérebro, bloqueando artérias e causando um AVC isquêmico.

Detectar essas alterações precocemente é essencial para iniciar o tratamento clínico e evitar que o quadro evolua para uma emergência.

Em muitos casos, um simples controle medicamentoso ou mudança de hábitos já reduz drasticamente o risco de um evento cerebral.

Exames complementares: tomografia e ressonância magnética

Além do Doppler, outros exames de imagem desempenham papel fundamental.

A tomografia computadorizada é o exame mais usado nas emergências, pois identifica rapidamente se o AVC é isquêmico ou hemorrágico.

Já a ressonância magnética oferece imagens detalhadas das lesões cerebrais, sendo essencial para avaliação do prognóstico.

Quando utilizados em conjunto, esses métodos proporcionam diagnóstico preciso, orientam o tratamento e fortalecem as estratégias de prevenção do AVC, especialmente em pacientes de alto risco.

Como prevenir o AVC e reduzir drasticamente o risco

Controle da pressão arterial e acompanhamento médico regular

O controle da pressão arterial é o passo mais importante para prevenir o AVC.

A hipertensão, quando não tratada, danifica as paredes das artérias e aumenta o risco de rompimento ou obstrução dos vasos cerebrais.

Manter a pressão sob controle, realizar consultas médicas regulares e seguir corretamente as orientações do profissional de saúde fazem toda a diferença.

Além disso, o acompanhamento periódico permite detectar outras condições associadas, como diabetes, colesterol alto e arritmias cardíacas, que também favorecem o desenvolvimento de um AVC.

Alimentação saudável e prática de exercícios físicos

Uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física ajudam a proteger o sistema cardiovascular.

O consumo de frutas, verduras, legumes, grãos integrais e gorduras boas contribui para reduzir o colesterol e manter o peso ideal.

Da mesma forma, exercícios moderados por pelo menos 30 minutos ao dia, cinco vezes por semana, fortalecem o coração e melhoram a circulação sanguínea.

Esses hábitos simples, mas consistentes, podem diminuir em até 40% o risco de um AVC.

Check-ups preventivos e exames vasculares periódicos

Os check-ups preventivos são fundamentais para identificar alterações antes que causem sintomas.

Entre os exames recomendados, o ultrassom Doppler de carótidas e vertebrais tem papel essencial.

Ele detecta estreitamentos e placas de gordura nas artérias que levam sangue ao cérebro, muitas vezes, antes que um AVC ocorra.

Pacientes com histórico familiar, hipertensos ou diabéticos devem incluir esse exame no acompanhamento anual.

Parar de fumar e reduzir o consumo de álcool

O cigarro e o álcool em excesso são inimigos diretos das artérias. O tabagismo dobra o risco de AVC, pois danifica os vasos e favorece a formação de coágulos.

Já o álcool em grandes quantidades eleva a pressão arterial e desregula o metabolismo.

Abandonar esses hábitos, com apoio médico e psicológico, é uma das formas mais eficazes de garantir uma vida longa e saudável, livre do AVC.

Considerações finais

O AVC continua sendo uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil, mas a boa notícia é que a maioria dos casos pode ser evitada.

A prevenção começa com escolhas diárias, controlar a pressão arterial, praticar exercícios, manter uma alimentação equilibrada e abandonar o cigarro são atitudes simples, mas poderosas.

Além disso, realizar check-ups regulares e exames vasculares, como o ultrassom Doppler, permite detectar alterações antes que se tornem graves.

Essa combinação de hábitos saudáveis e acompanhamento médico é o caminho mais seguro para preservar o cérebro e a qualidade de vida.

Cuidar da saúde vascular é investir no futuro.

Detectar precocemente, tratar com responsabilidade e viver com consciência são passos que podem evitar o próximo caso de AVC , talvez o seu ou o de alguém que você ama.